Quando a boa pesquisa ajuda na conversão

Marco César Contesini

Algumas lojas virtuais convertem pouco, ou seja, tem muitas visitas, mas poucas vendas, por motivos simples e que não têm a devida atenção do designer da loja ou da agência que acompanha a performance do negócio.

Talvez um dos mais menosprezados seja o mecanismo de pesquisa de produtos. O consumidor chega à home page ou vitrine da loja, busca os produtos, não os encontra e vai embora. Se a loja possuía o produto, lá se foi uma boa chance de conversão.

Isso ocorre, geralmente, devido à deficiência de projeto (arquitetura) da loja ou do próprio mecanismo de pesquisa, inadequado a responder ao comportamento de compra do consumidor.

Se o consumidor procura um vinho, como ele compra? Marca, nacionalidade, preço, volume… Todas essas opções de seleção são dadas? Verifique isso com cuidado e dê especial atenção a categorias diferentes, pois essa árvore de pesquisa pode variar para cada uma delas.

Se a forma de busca não responde ao comportamento do consumidor, revise o projeto e a arquitetura da loja, pois esse consumidor que teve uma experiência de compra ruim provavelmente não retornará tão cedo.

Muitas vezes, mesmo com uma categorização e arquitetura precisas, o consumidor não encontra o que procura, pois procura pelo box de pesquisa, e aí entra uma questão de grafia.

Marcas e produtos vêm das mais variadas procedências, muitos são batizados com nomes sonoros, mas não são necessariamente fáceis de se escrever em português. Neste caso, o consumidor pode não encontrar o produto por uma questão puramente de escrita.

Como resolver esse problema? Cadastrando um produto várias vezes, com todas as grafias possíveis? Felizmente não. As boas plataformas de loja virtual usam tecnologia de pesquisa fonética, que permite encontrar os produtos por similaridade sonora, em detrimento da grafia exata. Isso resolve muito das questões de escrita e pode melhorar a conversão.

Outra forma de resolver esse problema é com a pesquisa chamada de Live Searching, em que o consumidor vai digitando o nome do produto no box de pesquisa e, conforme cada letra é digitada, as possíveis opções que começam com as mesmas iniciais vão sendo apresentadas em um combo abaixo do box de pesquisa. Se ele tem dúvidas quanto à grafia, basta clicar em uma das opções mostradas no combo, e o box se completa com o nome correto daquele produto.

Essas técnicas resolvem boa parte das questões de escrita, porém não servem caso o produto seja conhecido por nomes diferentes. Como saber que geladeira e refrigerador são o mesmo produto pela fonética? Não tem jeito. E a pesquisa Live Searching também não resolve.

Nesse caso, a solução é cadastrar sinônimos. E não se preocupe: não é necessário imaginar todas as possíveis formas pelas quais os produtos são conhecidos. Boas plataformas possuem tanto a possibilidade de cadastrar sinônimos como relatórios que mostram as pesquisas realizadas e a quantidade de resultados encontrados. Basta olhar as pesquisas que tiveram “nenhum produto encontrado” para saber se algum novo sinônimo apareceu e precisa ser acrescentado.

Verifique se sua plataforma possui esses recursos técnicos e, se houver, explore-os. Você vai ver que a boa pesquisa ajuda na conversão.

Marco César Contesini
Marco César Contesini, Diretor Comercial da Agência Chleba, graduado com Computação pela Unesp, pós-graduado em Administração de Marketing pela Fundação Getúlio Vargas. Foi professor da Fiap na área de tecnologia e negócios e trabalhou em empresas da área de tecnologia e marketing. É consultor certificado nas áreas de telecomunicações e sistema de gestão SAP.